Dando continuidade ao nosso quadro “Toca o Tape”, onde a cada edição indicamos um álbum para apreciação, trago dessa vez o trabalho de um artista icônico. Na semana passada, abrimos com “Monolith” do Kansas, e hoje vamos explorar o álbum “Stranger in Us All” do Ritchie Blackmore’s Rainbow.
Em 1993, as coisas não andavam nada bem no Deep Purple. The Battle Rages On estava nas prateleiras e a banda em turnê, contudo conflitos internos culminariam em mais uma saída de Ritchie Blackmore, dessa vez em definitivo. Com tempo ocioso, o guitarrista planejou um álbum solo, mas no fim um nome grandioso do passado seria ressuscitado.
Certo, mas e aí?
Quebrando um hiato de doze anos, Stranger In Us All enganou quem pensou que o Rainbow estava de volta pra valer. Isso porque o álbum se tornou filho único desta formação, e mais de 20 anos de espera seriam necessários para que Ritchie decidisse por novos lançamentos.
Mas mesmo que à época a recepção não tenha sido das mais calorosas, Stranger In Us All está longe de ser uma decepção, e tem envelhecido melhor ainda. Sua sonoridade única na extensa carreira do Rainbow o tornou um álbum singular, mas sem ser datado em demasia. A tradição de revelar grandes vocalistas foi mantida, e o até então pouco conhecido Doogie White deu conta de belos agudos ao longo das dez músicas que compõem o disco. Posteriormente, Doogie viria a trabalhar com nomes como Yngwie Malmsteen, Tank e Alcatrazz, estando na ativa até hoje.
Bem, como muitos sabem, uma parcela considerável do público do rock conhece apenas o Rainbow de Ronnie James Dio nos vocais. Se a carapuça serviu, que tal adicionar mais essa pedrada ao seu repertório?
Profissional da área da saúde e amante da música desde sempre. É baterista nas horas vagas e tem uma paixão especial pelo rock progressivo.